Banco do Brasil (BBAS3) - Valuation por DDM

Para avaliar o valor justo por ação do Banco do Brasil, utilizei um modelo de desconto de dividendos (DDM), com crescimento acelerado por 2 anos (2021 e 2022).

Utilizei uma taxa livre de risco de 5,43% a.a., obtida a partir da soma da expectativa de inflação no LP (de 4%) com a taxa real de 3,91% da NTN-B Principal, subtraída do prêmio de risco para o governo brasileiro com base no seu rating (Ba2/BB) de 2,53%. (Valores do início de março/2021)

Para o Prêmio de Risco para Equities (Equity Risk Premium - ERP) utilizei o valor de 7,67%, calculado com base no ERP implícito de um mercado maduro (nesse caso, os EUA) de 4,71% somado ao Prêmio de Risco do País (Country Risk Premium - CRP) de 2,91%, obtido a partir da multiplicação do prêmio de risco para os títulos do governo (Ba2/BB) pela volatilidade relativa do Ibovespa em relação à volatilidade dos títulos públicos.

Além disso, utilizei como dividendo base o valor de 1,48 por ação ON (BBAS3) em 2020 e o LPA (EPS) de 4,37 em 2020.

O beta utilizado foi de 1,1, mais arriscado do que a média setorial dos mercados emergentes para o setor bancário, refletindo os riscos da interferência pública no management do BB. Contudo, há de se considerar o cenário de privatização, em que o beta cairia para 0,95, em linha com a média setorial.

Obtemos, assim, o custo do patrimônio líquido (Cost of Equity) de 13,87%, somando a taxa livre de risco ao ERP multiplicado pelo beta. Caso ocorra a privatização, esse valor cairia para 12,72%.

Para o ROE (Retorno sobre o patrimônio líquido) na fase de crescimento foi usado o valor de 12% (menor que a média histórica, mas mais alto que o valor de 2020), provocada por um provável aumento na taxa SELIC no CP, junto com um payout de 45%. Com isso, obtemos uma taxa de crescimento de 6,6% do LL em 2021 e 2022.

O crescimento estável do Lucro Líquido é de 5,20% (um pouco menor que a taxa de crescimento da economia, refletindo um aumento da competição no setor bancário). Já o ROE no crescimento estável é de 14% (ligeiramente menor que a média histórica, fundamentado por aumentos no MP da taxa SELIC, mas não a níveis como os de 2015-16). Com esses dados, calcula-se o payout de 62,86% na perpetuidade.

O Resultado da valuation nos dá um valor por ação de 32,79 para o caso sem privatização e 37,26 com privatização em 2021/22, após o período de crescimento acelerado. Assumindo a probabilidade da privatização ocorrer for de 20%, temos um valor por ação de 33,68, ou seja, um upside potencial de 10,9%, aproximadamente, em relação ao preço atual.

Upside potencial
Upside potencial

Segue abaixo o output total do modelo DDM, e, caso você mesmo queira mudar algum parâmetro do modelo, a planilha que eu usei está disponível no site do Aswath Damodaran, mas, também pode baixar ela, juntamente com os parâmetros que eu usei, nesse link.

Output completo do modelo
Output completo do modelo

Obrigado pela atenção! 

Felipe Queiroz
Felipe Queiroz
Associado na Liga de Mercado Financeiro PUC-Rio

Estudo Economia na PUC-Rio e sou Associado na Liga de Mercado de Financeiro da PUC-Rio. Gosto muito de programação, economia e finanças.

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